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sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A parte chata da literatura baiana



     Depois de um bom tempo sem escrever, aqui estou, pensei e repensei as atividades literárias que acontecem em nosso estado e cheguei à conclusão de que irei continuar distante do meio literário, mas não dos amigos. Muita coisa precisa mudar principalmente no que diz respeito às vaidades, panelinhas, rixas, enfim, uma falta de maturidade tamanha que faz com que a literatura na Bahia não avance para níveis profissionais.

     Neste meio sempre fui mais de ouvir do que de falar e ouvi muita coisa, ouvi críticas a mim e ao meu trabalho que não chegaram como deveriam, mas sim por meio de terceiros que ouviram dizer, também me falaram sobre pessoas que não iriam mais ao projeto que criei e meses depois elas estavam lá dizendo que o projeto era maravilhoso. Nunca respondi a essas críticas, pois como já disse o vento que às traziam, então continuarei sem respondê-las, não merecem destaque, além do mais, quase todas sem fundamento.

     Vamos às vaidades, existem escritores que escrevem um monte de merda e têm destaque na mídia devido às amizades que possuem e essas mesmas amizades é que os ajudam a conquistar certas facilidades, posições e oportunidades. Estes são “estrelas”, seus livros recebem patrocínio do Governo do Estado e estão nas bibliotecas públicas, é um grupo fechado e revezam entre eles as oportunidades que conquistam politicamente, esqueça a questão do talento literário, as coisas se conquistam na política.

     Tem também os monstros da literatura baiana, pessoas que admiro muito pelo empenho e dedicação, mas principalmente pelas obras, mas que infelizmente são fracos em marcar posições políticas e felizmente não aceitam bajular ninguém para conquistar espaço, eles já têm anos e anos sobrevivendo no meio literário baiano e são reconhecidos por todos do meio, mas enquanto não se moverem politicamente a sobrevivência deles será de migalhas, ajuda dos admiradores e homenagens, pelo menos não são póstumas.

     Os bajuladores das “estrelas” para mim são ridículos, eles curtem, compartilham e comentam tudo que os “estrelados” postam no Facebook, mesmo sem ler ou achando que a publicação é de qualidade questionável, eles querem apenas ser lembrados e convidados para algum evento, querem aparecer numa foto ao lado, fazer parte do grupo e talvez conseguir uma fatia do bolo. Vão aos lançamentos deles, compram seus livros para garantir a foto e é claro, doam suas publicações para o estrelado, esperando que este leia e comente algum dia em algum lugar, o que não acontece.    

     Tem muito mais coisas para se falar a respeito do meio literário baiano, mas não acredito que falando algo vai mudar, então melhor nem perder meu tempo. Já fiz minha parte quando acreditei que poderia mudar alguma coisa e quando perdi esta fé, deixei de lado a labuta e pessoas que ainda acreditam e lutam por isso estão à frente dos trabalhos. Quanto a mim, continuarei solitário e escrevendo apenas quando estiver com vontade, participando dos eventos quando tiver tempo, porém aproveitando para ler um livro após outro e me dedicar à vida espiritual, a família e aos estudos.

     Eu sei que você pensou em vários nomes ao ler este texto, pensou ou não? rsrsrs

8 comentários:

Roberto Leal disse...

Quando atentei realmente para o titulo da chamada do seu possivel artiguete, fiquei curioso, mas intimamente já sabia do que se tratava... O silêncio me disse muito... E estou aqui para desejar-lhe parabéns pela manifestação, nada que eu não saiba é claro, por muito já falei, escrevi, publiquei sobre tudo isso e não sou querido por isso e vc tb não vai ser... Em certos momentos suas palavras pareciam as minhas de outro dia lembra-se? Lembra sim! De coisas que andei publicando e respondendo devido a essas coisinhas miudas e insignificantes que acontecem no nosso meio, mas que acaba incomodando um bocado... E para que se saiba aqueles que desconhecem a verdade, eu vivo de literatura (digo isso sempre nos eventos) e hoje do jornalismo independente e é com isso que estou pagando minhas contas e além das minhas contas minha refeiçao diária também e quase sempre estou acompanhado da família. Como? Trabalho com seriedade, trabalho valorizando o meu trabalho, talvez por isso incomode tantos...Não faço parte de panelinha nenhuma, outra coisa é que quando se tem capacidade, se conquista as vitórias, são certas a evolução e o espaço no futuro!É uma pena o seu afastamento é, mas sei que essas coisas não são eternas, soam como desabafo, mas descansa e traz resultados... Forte abraço!

Unknown disse...

Realmente, é isso e mais um pouco. Mas não é somente em relação à literatura. E também não tenho como afirmar que seja só na Bahia. Em qualquer área de atuação, sempre há os que trabalham e os que colhem, não necessariamente nessa ordem. É tudo muito complexo. E tem o 'mercado', que peneira os "bons" e os "ruins" de venda. Nem sempre os refugados pelo mercado são de péssima qualidade e nem sempre os best-sellers são os melhores frutos da arte.
Outra coisa: divulgação é tudo. E, mesmo que um produto (cultural, artístico) não seja lá essas coisas, acaba caindo no gosto popular devido à divulgação. Mas somente divulgar não resolve. É preciso ter o 'produto' a preço acessível, nos locais de venda... E a cadeia de fatores é longa. O que importa, mesmo, é a reflexão. Seja para continuar na luta inglória, seja para analisar e dar direções a quem nela está...
Me faço muitas perguntas, se devo ou não seguir; na dúvida eterna, desisto todo dia e recomeço todo dia. Coisa de maluco, mesmo. Quem sabe, um dia, haja avanço em todos os campos das artes e das outras atividades.

Valdeck Almeida de Jesus disse...

Realmente, é isso e mais um pouco. Mas não é somente em relação à literatura. E também não tenho como afirmar que seja só na Bahia. Em qualquer área de atuação, sempre há os que trabalham e os que colhem, não necessariamente nessa ordem. É tudo muito complexo. E tem o 'mercado', que peneira os "bons" e os "ruins" de venda. Nem sempre os refugados pelo mercado são de péssima qualidade e nem sempre os best-sellers são os melhores frutos da arte.
Outra coisa: divulgação é tudo. E, mesmo que um produto (cultural, artístico) não seja lá essas coisas, acaba caindo no gosto popular devido à divulgação. Mas somente divulgar não resolve. É preciso ter o 'produto' a preço acessível, nos locais de venda... E a cadeia de fatores é longa. O que importa, mesmo, é a reflexão. Seja para continuar na luta inglória, seja para analisar e dar direções a quem nela está...
Me faço muitas perguntas, se devo ou não seguir; na dúvida eterna, desisto todo dia e recomeço todo dia. Coisa de maluco, mesmo. Quem sabe, um dia, haja avanço em todos os campos das artes e das outras atividades.

Miriam de Sales disse...

LÉO,MUITO CORAJOSA A SUA POSIÇÃO E ISSO ME FEZ RESPEITÁ-LO AINDA MAIS.
aQUI,COMO LÁ,EXISTEM OS "AMIGOS DO REI" NESSA PASSÁRGADA BAIANA,MAS,AQUI,COMO ALI COMO ALHURES EXISTE UM DOM CHAMADO TALENTO Q/ VC VÊ MUITO POUCO NESTA MEDÍOCRE LITERATURA BAIANA; E,NA MÚSICA BAIANA E NAS ARTES BAIANAS,QUE NOS FAZER RIR.
qTO AOS LIVROS ESCOLHIDOS PELO GOVERNO E COMANDADOS PELOS "QUE NÃO SABEM NADA" É PRECISO UMA COBRANÇA E INVESTIGAÇÃO SÉRIA SOBRE ESSAS ESCOLHAS.ESSAS PESSOÍNHAS LIDAM COM DINHEIRO PÚBLICO,TÊM Q/ VIR A PÚBLICO EXPLICAR SUAS ESCOLHAS,JUSTIFICÁ-LAS E NOS FAZER VER Q/ ESSES LIVROS ESTÃO,SIM,DISTRIBUÍDOS E LIDOS NAS ESCOLAS.
NOSSO AMIGO ELENILSON ME PERGUNTA PORQUE N/ FREQUENTO EVENTOS E EU LHE DIGO;A MEDIOCRIDADE HUMANA DOI EM MIM COMO FACA NAS COSTAS.QUERO DISTÂNCIA.COMO GRETA GARBO QUE,QUEM DIRIA,ACABOU NA BOA VIAGEM,LHE DIGO:-I WANT TO BE ALONE!"
O Q/ ME DÁ MAIOR PRAZER É LER E ESCREVER,AMBOS ATOS SOLITÁRIOS.
VÁ EM FRENTE,LEIA,ESTUDE,ASSUNTE E N/ OLHE P/ TRÁS OU PARA OS LADOS,POIS,O Q/ VC VERÁ N/ LHE AGRADARÁ.
BEM VINDO Á PUTARIA!

Renata Rimet disse...

Léo meu querido,família, trabalho, responsabilidade, prazer e tempo,formam uma equação complicada de resolver, o denominador comum, torna-se incomum...passamos a organizar as prioridades e enumerar razões que justifiquem escolhas...Qual o objetivo primordial? O que podemos deixar para traz, o que precisamos agarrar com todas as nossas forças e principalmente quais as verdades a defender e mitos a abandonar, afinal de contas, tudo e todos sempre estiveram presente, o que muda é a sequência na lista de prioridades...Aproveite ao máximo este momento recluso, e volte mais forte, pois sabemos que mudança só existe quando a provocamos, no mais , tudo será como sempre foi,apenas por assim ter sido...Amigos seguem sempre em frente, nossas rotas não são alternadas...Até breve!

Sandra Queiroz disse...

Carissimo amigo ,não se deixe levar pelas ações negativas ao seu redor ,infelizmente aqui na Bahia e em outro lugar as boas ações de incentivo a literatura não tem o reconhecimento que deveria ter.
Quando os coordenadores de projetos entederem que, um pode fortalecer o outro tudo fluirá . A união é a melhor solução para vencer uma batalha.
Gosto muito dessa frase:
"Diante de alguma dificuldade, se você estiver para desanimar, aqueça os sentidos, revigore a fé, e ouvirá a voz da consciência Dizer: " Persevere e vencerá ".
- Renato Kehl.

E assim venceremos todas as batalhas.

Sandra L.Stabile

Almirante Águia disse...

"Os circuitos de consagração social serão tanto mais eficazes quanto maior a distância social do objeto consagrado."
Pierre Bordier, Sociólogo

Unknown disse...

Leo não tenho experiência alguma no meio literário, mas me identifiquei e entendi tudo principalmente porque isso acontece em outro meio: o meio musical. Pensei em vários nomes ao longo de minha leitura, e posso dizer apenas que até uma crítica escrita por ti é bom de ler nunca disse isso mas suas palavras caminham cantarolando como o prelúdio de Chopin espero que continue a escrever (quando tem vontade ).

Mirelle.