Mais uma vez fui convidado pelo GGIM (gabinete de Gestão Integrada Municipal) de Lauro de Freitas e pela OIT (Organização Internacional do Trabalho) – uma agência multilateral ligada a ONU (Organização das Nações Unidas) – para integrar participar da Oficina de Poesia Palavra de Polícia: “Outras Armas” sob coordenação da competente equipe da Casa Poema (RJ), cuja principal estrela é a maravilhosa Elisa Lucinda. Dessa vez, a Oficina aconteceu no Hotel Mobile Suítes Monumental, em Brasília, de 28 a 30 de agosto, com apresentação aberta ao o público no último dia.
Foram três dias de muito aprendizado, além da ótima equipe selecionada na Bahia, havia representantes de Contagem – MG e Vitória – ES, todos afinadíssimos e preocupados com a Segurança Pública e determinados na prevenção da violência e no fortalecimento da cidadania. Não foi uma simples oficina de poesia, e sim, uma oficina com homens e mulheres capazes e interessados em usar a força da Palavra para transformar a própria realidade, a outras pessoas, e até mesmo a realidade de profissionais da Segurança Pública que perdeu as esperanças com o sistema.
Fiquei muito feliz, quando Elisa Lucinda, Geovana Pires e Tais Dumet disseram que fomos selecionados "a dedo", por elas acreditarem em nossa capacidade de multiplicar o trabalho realizado. Foi muito lindo e emocionante ver Policial Militar e Guarda Municipal chorando de emoção com a força da palavra poética que adentrava seus corações, eu sempre acreditei na poesia e na arte, por isso, já estou a três anos lutando e carregando a bandeira do Fala Escritor, agora, então, minha fé na poesia como instrumento de transformação social está mais forte do que nunca.
Eu queria muito ter uma nova oportunidade de aprender com os amigos da Casa Poema e graças a Deus esta oportunidade chegou mais cedo do que eu esperava. Ouvi atentamente cada instrução do Claudio Valente, da Geovana Pires, do Marcelo Demarchi, da Elisa Lucinda e do Juliano. Meu desejo de fazer uma boa apresentação era muito grande, pois na primeira oficina realizada Bahia eu havia trocado os versos da parte final do poema, mesmo sabendo que a apresentação era apenas o resultado da oficina e não o objetivo em si eu me dediquei muito.
Enfim, chegou o dia da apresentação, eu não estava bem devido ao clima seco, passei três dias com dores de cabeça, sangramento no nariz, lábios ressecados e rachados e tinha passado a madrugada com febre. Mas não deixei que isso afetasse meu desempenho na Oficina, aluguei o Claudio Valente e deixei a Elisa Lucinda com ciúmes (risos). Fiquei maravilhado com cada apresentação e quando chegou minha vez, rasguei a alma e coloquei pra fora toda a alegria e orgulho de ser negro e a força do desejo de libertação. Breve, postarei o vídeo da apresentação aqui no blog e também no Facebook.
Meus agradecimentos: Debora Privat, Arrute, Andréa Melo, Tais Dumet e equipe Casa Poema (Claudio Valente, Geovana Pires, Marcelo Demarchi, Elisa Lucinda e Juliano). Aos amigos e companheiros de viagem: Lesley Carneiro, Claudio Candido, João Reis, Maercio Nascimento e Paulo Leite. A família 3º SGBM Lauro de Freitas e aos comandantes Major Lanusse, Sargento Batista.
Fotos:
Poema que declamei:
de Solano Trindade
Sou Negro
Sou Negro
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh'alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e agogôs
Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor do engenho novo
meus avós foram queimados
pelo sol da África
minh'alma recebeu o batismo dos tambores atabaques, gonguês e agogôs
Contaram-me que meus avós
vieram de Loanda
como mercadoria de baixo preço plantaram cana pro senhor do engenho novo
e fundaram o primeiro Maracatu.
Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso
Mesmo vovó não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou
Na minh'alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação...
Depois meu avô brigou como um danado nas terras de Zumbi
Era valente como quê
Na capoeira ou na faca
escreveu não leu
o pau comeu
Não foi um pai João
humilde e manso
Mesmo vovó não foi de brincadeira
Na guerra dos Malês
ela se destacou
Na minh'alma ficou
o samba
o batuque
o bamboleio
e o desejo de libertação...
3 comentários:
OI Leandro
Parabéns
Fiquei encantada com o seu poema.
Lindo, lindo
Debby :)
Parabéns Leandro!
Conseguimos atingir os objetivos propostos!
Até a próxima!
Paulo Leite:-)
Bravo! leandro, Parabénsss o começo e toda trajetória será de bençãos!
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