Visualizações de página

quinta-feira, 22 de abril de 2021

Dia Internacional do Livro

No dia 23 de abril é comemorado o Dia Internacional do Livro, mas temos o que comemorar? A Receita Federal tem defendido a taxação dos livros e utilizado como argumentação a falácia de que os pobres não consomem livros e que este seria um produto da elite. A Câmara Brasileira do Livro já se manifestou contrária a taxação, assim como o Sindicato Nacional dos Editores de Livros. O livro é isento de impostos desde a Constituição de 1946. Em 2004, no Governo Lula, o livro foi desonerado também do Pis/Cofins. O governo Bolsonaro, através da proposta de reforma tributária enviada ao Congresso pelo ministro Paulo Guedes, deseja implantar a Contribuição Social sobre Operações com Bens e Serviços em substituição ao PIS/Cofins, com isso, os livros passarão a ser taxados em 12%.

     A pesquisa Retratos da Leitura, realizada pelo Instituto Pró-Livro e pelo Itaú Cultural apontou que 27 milhões dos brasileiros identificados como classe C são consumidores de livros. Entre as pessoas com renda familiar de menos de um salário mínimo 46% são leitoras e entre os que recebem até dois salários mínimos 51% são leitores. Para a pesquisa, são considerados leitoras, as pessoas que leram inteiro ou em partes, ao menos um livro nos últimos três meses. Taxar livros é o mesmo que aprofundar as desigualdades existentes no país tirando da população mais pobre a oportunidade de adquirir livros e ter acesso ao conhecimento.

    A Pesquisa apontou uma queda na leitura no Brasil nos últimos quatro anos, mas essa queda foi mais acentuada na classe mais rica da população brasileira e entre pessoas com nível superior e não entre os mais pobres. O ataque aos livros pelo governo Jair Bolsonaro é mais uma prova de que seu governo é contra a instrução, a ciência, a pesquisa e o conhecimento. Para completar, o governo fez cortes nos campos da Saúde, Educação e Ciência, Tecnologia e Inovação ao tempo em que aumentou o orçamento do Exército em 16,16%, estamos em guerra? Nós não, mas o governo sim, contra os livros!


Nenhum comentário: