
Em paralelo nossa linda pátria (governo e senhores do café)
resolveu adotar mais filhos e abriu as portas para imigração dando terras,
casa, comida, comércio e trabalho para italianos, alemães, poloneses e também
ucranianos e russos. Os filhos dessa geração de imigrantes receberam educação, afinal de contas, até meados do século XX as vagas nas escolas públicas eram
disputadas por exames de seleção, a qualidade do ensino era indiscutível e as
escolas eram frequentadas por pessoas oriundas das classes média e alta das
quais os negros não faziam parte e ainda não faz.
Então minha bisavó
que nasceu no período da escravidão, teve minha avó mas não pôde colocar na
escola pública e minha avó teve mainha que estudou até a quarta série, já numa
escola pública de péssima qualidade e agora chegou em mim, que acordava 5 horas
pra ir trabalhar saia às 18 para ir pra faculdade particular que custava todo
meu salário, chegava em casa às 23:30, estudava até às 02 e dormia apenas 3
horas por noite. Enquanto isso, o filho do branco que passou a infância nas
melhores escolas particulares estava na UFBA a melhor universidade do meu
estado.
Hoje eu tenho que
ouvir falar em meritocracia, onde os mais trabalhadores, mais dedicados,
mais bem dotados intelectualmente são os vencedores, então tem algo errado
nesse jogo, aperta o reset ai que teve gente que começou na minha frente e
desse jeito não há igualdade de condições, vamos resolver essa parada ou fica
todo mundo nu igual ao índio ou se faz as mesmas concessões que foram feitas
aos brancos para os negros e para os índios, então, depois disso, que vença os
mais trabalhadores, mais dedicados, mais bem dotados intelectualmente, que se
instale o período de meritocracia no Brasil.
Sugestão
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