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terça-feira, 18 de agosto de 2020

Mais do mesmo!



 O governo Bolsonaro é um novo governo, voltado agora à reeleição, lembra dos gastos de Dilma em 2013 para se reeleger em 2014? Bolsonaro está chamando o PAC dele de Pro-Brasil, o objetivo é de agora em diante percorrer o país com obras federais, investimentos públicos e fazer campanha para reeleição. Pra isso, ele já ameaça furar o teto de gastos, os liberais já abandonaram o barco, Paulo Guedes ou vai sair ou terá que negar a si mesmo.



Isso é está tão claro quanto a luz do sol. A diferença entre esquerda e direita em relação a gestão no Brasil, se dá quando um está no governo e o outro na oposição, quando trocam de lugares são parecidos e o motivo disso é a reeleição, a receita para se reeleger é usar a máquina e aumentar os gastos públicos, mesmo que de forma irresponsável. O país se beneficia por um momento e paga a conta depois.


Bolsonaro disse que não queria ser reeleito, que ia fazer as reformas, mas só depende dele enviar a reforma administrativa pro congresso, está segurando, pois o objetivo mudou, as intenções mudaram, na verdade mudou para quem ele conseguiu enganar com esse papo de que não queria se reeleger. Todo governo é assim, manda pro congresso pautas difíceis no primeiro ano ou até meados do segundo e depois trava, com medo de perder votos para reeleição. Pra ele mandar ou não essa reforma do congresso vai depender das pesquisas eleitorais. Raramente um governo em campanha corta gastos, ele aumenta. Estou torcendo pela reforma administrativa, o Brasil precisa dessa reforma, vamos acompanhar cenas dos próximos capítulos.

Estamos na merda!

O novo governo Bolsonaro é o antigo governo Dilma, até mesmo na articulação da fala eles são semelhantes, ele não consegue expor as ideias sem se atrapalhar todo. A diferença é que ela sofreu o impiechment por não se dobrar ao Centrão, como Lula queria, e ele se rendeu ao Centrão para não sofrer impiechment.

Teremos o PAC de volta com nome de Pró-Brasil.
Ampliação do Bolsa Família e novo nome Renda Brasil.

Os liberais já abandonaram o governo, sobrou o Centrão, adicionado recentemente, os militares e os olavistas empregados no Ministério da Educação, uma espécie de cala boca.

Enfim, este governo está dizendo que o problema não era o caminho que governo Dilma percorria e sim o fato dela percorrer esse caminho sem eles. Sem Bolsonaro e sem o afago de Dilma aos deputados do Centrão, liderados por Eduardo Cunha.

Acabou a fantasia de mito, de anti-política, anti-sistema, voltamos ao velho sistema, ao jogo da velha política. E neste caso, cabe até elogios ao Bolsonaro, está sendo mais esperto que a Dilma, vai completar seu governo e pode até ser reeleito, mas fazendo o que condenou na campanha anterior, política.

A preocupação da esquerda agora é tentar dizer que o programa de transferência de renda é da esquerda, já que não poderá dizer que se reeleito Bolsonaro vai acabar com o Bolsa Família. Neste caso, se PSDB e DEM forem de esquerda e comunista como afirmam os militantes Bolsonaristas, então é de esquerda mesmo, já que as transferências de renda vem desde as bolsas e vales do governo FHC.

Não acho o povo estúpido, como afirmou um jornalista, é como disse o Lula certa vez, "o povo vota com o estômago". O povo vai votar em quem dá mais, Ciro ofereceu nome limpo e Bolsonaro ofereceu 13° do Bolsa Família. Haddad visitava Lula na prisão durante a campanha e Bolsonaro prometia convidar quem prendeu Lula para Ministro.

Agora Bolsonaro vai ampliar e rebatizar o Bolsa Família, o que a oposição fora do poder tem para oferecer? Estamos prestes a ver mais uma vez o Brasil dividido, só que dessa vez Norte e Nordeste poderá estar com Bolsonaro e Sul e Sudeste poderá estar contra. O que temos para fazer oposição ao Bolsonaro?

O Ciro, meu candidato, vive atirando no próprio pé desde sua primeira tentativa ao planalto, o Haddad já provou não ter força suficiente, a Marina não consegue fazer uma campanha vencedora, cai com qualquer fakenews, Dilma e PT fizeram isso com ela em 2014, Dória eu não queria nem administrando minha pequena biblioteca, Rui Costa não consegue comprar respeitadores sem ser enganado por empresa de fachada, ACM Neto não teve coragem nem de concorrer ao governo contra Rui Costa pois sabia que ia perder.

Estamos na merda!

segunda-feira, 10 de agosto de 2020

Desmontando Farsa Bolsonarista

 

     Para desmontar a farsa, é preciso voltar até 8 de abril, quando o ministro Alexandre de Morais atendeu a um pedido através de ação da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB, que solicitava a proibição das interferências pessoais do presidente Jair Bolsonaro nas decisões dos governadores, prefeitos e do próprio Ministério de Saúde (que até então tinha um ministro da saúde que tentava seguir as recomendações da Organização Mundial de Saúde), que os militantes bolsonaristas vem propagando uma fakenews dizendo que o governo federal pois foi proibido de agir para combater a COVID-19 e por isso, não tem responsabilidade com as mortes.

    É preciso também, voltar um pouquinho mais e lembrar que o Congresso Nacional aprovou o pedido de reconhecimento de calamidade pública, autorizando o governo federal a aumentar os gastos acima dos limites das metas fiscais previstas na Lei de Responsabilidade Fiscal, dando ao governo a possibilidade de garantir a saúde, o emprego e renda da população.

    Logo após este fato, a própria OAB solicitou ao STF através de Petição, que o governo federal apresentasse as medidas que haviam sido adotadas e também que promovesse benefícios emergenciais para desempregados, trabalhadores autônomos e informais e que respeitasse as decisões da área técnica do Ministério da Saúde do próprio governo, haja vista, o presidente fazia lives e pronunciamentos afirmando “voltem a normalidade”, enquanto OMS e o seu próprio Ministro da Saúde rezava pelo isolamento social. (Petição da OAB https://static.poder360.com.br/2020/04/pedidodaoab_ADPF-672.pdf.pdf

    No dia 08 de abril, quando o Ministro decidiu sobre o tema, proibiu o presidente Bolsonaro de ‘interferir na área técnica do Ministério da Saúde e interferir nas decisões dos governadores e prefeitos que seguiam as recomendações desta área técnica do governo e também da Organização Mundial da Saúde’. Porém em momento algum, o governo federal foi impedido de atuar no combate ao coronavirus, foi proibido de interferir nas decisões de sua área técnica e, deveria sim, continuar trabalhando para garantir a saúde, o emprego e a renda da população.

    Diante deste fato, o presidente teria que respeitar as recomendações técnicas do seu Ministério da Saúde, então buscou mudar essas recomendações demitindo o médico Henrique Mandetta da pasta no dia 16 de abril e nomeando outro médico Nelson Teich em seu lugar. Porém, ao analisar a situação da pandemia em nosso país, o novo ministro que na primeira semana tentou conciliar as medidas com as vontades do presidente, teve que também recomendar o isolamento social como medida de prevenção e combate a pandemia.

Vejamos o que afirmava o Ministro Nelson Teich e seu assessor especial àquela época:

 “Temos uma diretriz pronta, um ponto de partida, mas não dá para você começar uma liberação (social) quando você tem uma curva em franca ascendência.” (Nelson Teich, Ex- Ministro da Saúde, 30 de abril de 2020)

“Qual a avaliação do ministério? Se nós estamos diante de uma doença onde não há, ainda, um tratamento específico, onde não há prevenção, não há vacina, resta o quê? O isolamento social” (Denizar Viana, secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde)

Denizar era responsável pelos estudos sobre a eficácia da Cloroquina e logo após essa declaração foi exonerado do cargo, o presidente recomendava o uso do medicamento como tratamento específico e se continuasse a defender contrariando a área técnica, iria desrespeitar a ordem do STF. A solução foi exonerar o médico do cargo que ocupava, porém o ministro Teich, que era seu amigo, o nomeou seu assessor especial desfazendo a injustiça.

Mas não parou por aí, o presidente passou a forçar a saída do Ministro Teich, pois queria fazer recomendações contrárias ao que o médico recomendava no Ministério, quais eram:

Teich: Isolamento Social   x Bolsonaro: Voltem a normalidade

Teich: Cloroquina somente  último caso  x    Bolsonaro: Queria mudança no protocolo

Teich: Manteve lista de serviços essenciais x Bolsonaro: Queria reabrir academias, barbearias e salões de beleza

Como Bolsonaro não poderia contrariar a área técnica do governo para não ferir decisão do STF, ele forçou o pedido de demissão do Ministro Nelson Teich e para não ter mais problemas e correr o risco de ferir a decisão de área técnica, o país está até o dia de hoje sem médico no comando do Ministério da Saúde, tendo um general do exército como ministro interino e que teve como primeira medida mudar o protocolo referente ao uso da cloroquina para ficar de acordo com o gosto do presidente, assim ele conseguiu o que queria sem ferir a decisão do STF.

Então, por qual motivo os bolsonaristas propagam, agora com mais força, a fakenews desinformando a população, ao afirmar que o governo federal está proibido de atuar no combate ao coronavirus? Pelo simples fato de que, após seis meses de pandemia, mesmo com a autorização para gastar acima dos limites da lei de responsabilidade fiscal, o governo não investiu nem 30% dos recursos disponíveis para o combate a COVID-19. Até o dia 3 de julho, o governo havia investido 11,5 bilhões dos 39,3 bilhões que o próprio governo afirmou ter liberado para o combate.

O próprio ato de liberar recurso, já prova que o governo não está impedido de atuar no combate a pandemia, como afirmam os militantes bolsonaristas, mas foi preciso criar esta fantasia para justificar a não utilização dos recursos diante do assustador crescimento do número de mortos pela doença. Então, para livrar o presidente da responsabilização social, a fakenews propagada visa desviar o foco para governadores e prefeitos que seguiram as recomendações dos médicos e ex-ministros da saúde Teich e Mandetta e também da Organização Mundial da Saúde. Tentando assim, limpar a imagem, não do único, mas o principal responsável pela desordem e caos no país, o presidente Jair Messias Bolsonaro!


#saúde #bolsonaro #ministériodasaúde #pandemia #coronavirus #mortes #covid19 #oms

terça-feira, 26 de maio de 2020

Bolsonaro Futebol Clube e sua trupe

"Gooooollll" gritaram os extremistas bolsonaristas na sexta-feira, às 17h30, apenas 30 minutos após divulgação do vídeo de 1h55min da reunião ministerial, às 18hs alguns já me cobravam posicionamento no pv do Whatsapp e até mesmo grupos em que participo. Tamanha euforia só tinha visto em finais de partida de futebol, quando um time está perdendo o jogo e para se livrar do rebaixamento precisa do gol de empate e ele sai aos 48 min do segundo tempo. Pois bem, foi justo isso que aconteceu com o MFC- Mito Futebol Clube e sua trupe.

Um amigo que votou em Bolsonaro, mas diante de tudo o que já foi exposto percebeu que este time é digno de rebaixamento, tirou a camisa do MFC e vestiu a do Povo, me disse ao ver a euforia: "velho, eles não mudam". Respondi: Ainda não vi o vídeo, ouvi pequenos trechos enquanto dirigia do trabalho para casa, não dá pra comentar nada abertamente sem antes assistir o vídeo completo. Deixei os histéricos que nem viram o vídeo todo pulando e comemorando o não rebaixamento com gritos de "é campeão". 

Existe uma diferença entre nós, pessoas comuns que comentam política em redes sociais e jornalistas que fazem comentários políticos; eles recebem para isso, nós temos nosso mundo. Não posso parar tudo que tenho que fazer para assistir 1h55m de vídeo para satisfazer militontos. Agora que já vi todo o vídeo e estou no meu momento de redes sociais posso comentar, tanto o vídeo quanto a histeria desesperada de quem também acreditava na queda e foi salvo por um gol contestável.

Lembram do Lula pedindo documento assinado por ele para provar seus atos de corrupção? Lembram do slide do power point do Deltan Dallagnol dizendo-se convicto de que o ex-presidente era o chefe? Pois bem, o que estamos vendo agora são os militantes bolsonaristas diante de um grande slide que nos dá convicção de que Bolsonaro promoveu exonerações na PF para impedir o andamento das investigações contra sua família, ou até mesmo saber cada passo da investigação. Porém o que importa para o torcedor do MPF é que através do vídeo, isolado de outros fatos, não se pode provar o que todos temos convicção pelos fatos anteriores e posteriores ao vídeo, sendo este, mais um elemento de sustentação. 

Além disso, o que vimos no vídeo foi um técnico desesperado e um monte de péssimos jogadores, o camisa 10 abandou o time no dia seguinte a gravação do vídeo, tudo indica que recebeu proposta do seu time anterior, o Tucanos Futebol Clube; tem jogador querendo vender estatal com pressa (sou contra a pressa), outro querendo acabar com a Amazonia, outro querendo derrubar o STF, porém o pior de todos é o técnico, querendo armar o povo para matar pessoas que não concordam com sua política. Sim, isso mesmo, ele não estava falando em armar o cidadão de bem para defender sua residência e sim armar a população para matar quem pensa diferente. Há quem diga que é apenas para matar comunistas, mas quem é comunista para Bolsonaro e sua torcida? Eu, você, seu pai, sua mãe e todos aqueles que não concordam com este governo, até o Moro já é comunista.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

NÃO CONFUNDA CIDADANIA COM ISENÇÃO!



Não existe isenção, ninguém é isento ao fazer comentários políticos. Mas ultimamente tentam atribuir àqueles que não apoiam Bolsonaro, mas também não apoiam Lula uma isenção inesistente para poder criticar aquele que produziu o comentário. Como se aquela pessoa se escondesse atrás desta suposta isenção para criticar alguém sem ser criticado ou para esconder sua verdadeira posição que seria, segundo eles, a dos próprios Lula ou Bolsonaro.

O que existe de fato é cidadãos conscientes de sua cidadania e que não abrem mão de exercê-la em nome de A ou de B. Durante os anos do governo do PT, nós vimos muitos erros comentidos pela lideraqnça do partido, entre eles corrupção e acobertamento de corruptos. Em todos esses erros, a maioria dos simpatizantes abriram mão de exercer sua cidadania. Amenizaram uma frase ou atitude, negaram crimes cometidos, chegaram a dizer que o Mensalão não existiu e quando não tinha como negar diziam, FHC também fez ou não começou com o PT.
Agora estamos vendo os bolsonaristas com essas mesmas atitudes em relação ao governo Bolsonaro, que usa a máquina pública para proteger a família de investigações de corrupção e até mesmo se esquivar da investigação da morte da vereadora Marielle e do seu motorista Anderson. Amenizam até mesmo o fato do desgoverno Bolsonaro diante de uma Pandemia e a atual demissão de dois ministros da saúde e o fato de não termos nenhum ministro da saúde no momento.
O brasileiro não deveria abrir mão de sua cidadania após o voto, o primeiro a cobrar, a questionar, a fiscalizar um político deveria ser o seu próprio eleitor. Mas o que acontece é o inverso, o eleitor tem assinado um cheque em branco para aquele que recebeu seu voto, pois ele se sente governo junto com o político, então quando vê alguém criticar o ato do político ele corre para defender como se a crítica tivesse sido feita à ele mesmo. Normalmente essa defesa vem junto com um ataque ao político que recebeu o voto do criticante e quando este não idolatra um político, usa-se o termo isentão e faz-se uma cobraça para que assuma um lado para ser criticado.
Ninguém tem que assumir o lado de Bolsonaro ou de Lula, nem mesmo os eleitores dos mesmos, estes eleitores deveriam se colocar no lugar de povo e cobrar destes entes políticos posturas coerentes, carater, probidade e transparência, deveriam deixar de se sentirem ofendidos com as críticas realizadas pelo povo a governos e entes políticos, o povo tem que fiscalizar o seu executivo e legislativo, não se pode dizer amém para tudo e muito menos se calar diante arbitrariedades. Você votou, ótimo, agora exerça sua cidania de forma plena, você é povo porra e o seu lado é cobrar de todos que exercem função no legislativo e no executivo, mesmo daqueles que você votou.
Nas eleições é que se faz campanha para o que se julga o menos pior, passada as eleições tem que ser nós, o povo, fiscalizando eles, os políticos, esta é a nossa posição, este tem que ser o nosso lado, isso não é isenção, isso se chama cidadania.

terça-feira, 28 de abril de 2020

Eu digo sim para as emendas parlamentares!

Os deputados e senadores são eleitos para representar o povo no Congresso Nacional, entre suas principais ações estão a fiscalização dos atos do poder executivo, autorizar instauração de processo contra o presidente e o mais óbvio a elaboração de leis em conformidade com a Constituição Federal. Ultimamente o que mais tem incomodado o presidente da república e seus apoiadores é o poder dos deputados e senadores de não somente analisar os gastos federais, mas também propor emendas ao orçamento, as chamadas emendas parlamentares. Devido a demonização da política preconizada pela rede globo nos últimos anos e abraçada pelo então candidato a presidente Jair Bolsonaro, o povo se revoltou contra a classe política e por consequência contra a democracia. É comum inclusive, o mau caratismo ou a desinformação em relação as emendas parlamentares, muitos pensam que esse jogo político entre Congresso e o Executivo apelidado de 'toma lá dá cá', é o mesmo que o mensalão ou o petrolão, quando os congressistas embolsavam propinas.
O povo não pode ser contra as emendas parlamentares, pois votou nos deputados para representar suas regiões e trazer benefícios para a comunidade, cada parlamentar tem uma cota de 15 milhões que pode ser usada em até 25 emendas, sendo que metade dessas emendas tem que ser utilizada na área da saúde. Como você pode ser contra o deputado que você votou fazer emendas ao orçamento e beneficiar sua região principalmente com projetos na área da saúde? Existe o jogo? existe! mas faz parte do processo democrático, pois apesar da PEC do orçamento impositivo, que garante este valor mínimo aos deputados, o executivo é quem libera as verbas, então tem o poder de liberar logo ou "atrasar" a liberação. Então quando o executivo precisa de uma votação, os congressistas cobram a liberação das verbas e não das propinas como muitos tentam propagar com o "toma lá dá cá". Existe corrupção com as emendas parlamentares? Sim existe, pesquisa aí escândalo dos anões do orçamento e verá como funcionava o esquema. Apesar disso, não podemos demonizar a política e as emendas parlamentares, pois são através destas emendas que há a descentralização do orçamento e o seu deputado pode destinar recursos para projetos importantes em seu estado. Além disso, essa demonização da política tem serviço de base para manifestações contra a democracia, em favor do fechamento do Congresso Nacional e da intervenção em estados e municípios, é o povo lutando contra si mesmo, muitos enganados e outros nem tanto. Diante do exposto, afirmo que neste momento vejo com bons olhos a atitude de Bolsonaro em conversar com os líderes dos partidos, mesmo que faça isso para garantir 1/3 de apoio no Congresso e se livrar de um possível processo de impeachment. Este é o caminho da democracia, é por isso que os militantes bolsonaristas mais extremistas não estão vendo com bons olhos essa aproximação. Na verdade o que eles querem é uma ditadura militar com Bolsonaro à frente, mas ele já viu que este embate ele não tem como vencer, terá que se render a democracia ou verá sua popularidade afundando cada vez mais e lá na frente, quando o povo puder ir às ruas, poderá sofrer o impeachment. Emendas Sim, Ditadura não! Foto: Pedro Ladeira

SALVO PELA PANDEMIA

Sim, por incrível que pareça o presidente Jair Bolsonaro está sendo salvo pela pandemia do Coronavirus, aquela que o mesmo julgava que estava atrapalhando seu governo e seus planos para o crescimento econômico no país e sua reeleição. Isso porquê panelas em sacadas não derrubam presidentes, mesmo que já tenha cometido diversos crimes de responsabilidade e tendo 29 pedidos de impeachment nas mãos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.

O problema é todo esse, não basta haver um crime de responsabilidade para tirar um presidente, Lula enquanto presidente também cometeu crimes, o PSDB à época, protocolou pedido de abertura de processo na Câmara dos Deputados e não deu em nada. Havia crime, mas não havia condições políticas para o impeachment, faltava o clamor popular, faltava as ruas, em 2005, por exemplo, em plena investigação e denuncias de Mensalão, a popularidade de Lula estava em 29%, (Dilma 8% 2015; Temer 14% 2016 -Datafolha).

Em pesquisa divulgada no dia 20/04 pela XP/Ipespe, a avaliação do governo Bolsonaro caiu no mês passado de 34 para 30%. Esses são os resultados de antes da demissão de Mandeta (Min Saúde) e da saída de Moro (Min. Justiça) com denuncias graves contra o presidente. Por enquanto o que se sabe é que a popularidade de Moro em redes sociais subiu e a de Bolsonaro caiu, fato que já preocupou o presidente e o fez dialogar com o Centrão (conjunto de partidos sem bandeira ideológica específica, visam as vantagens e privilégios de estarem próximos ao poder executivo).

Parece injusto, mas é assim que funciona, para haver impeachment é preciso que haja, além do crime, condição política para tal, essa condição houve com Collor e Dilma, já com com FHC não houve, além disso, a Câmara era presidida por Michel Temer que arquivou mais de 15 pedidos de impeachment  contra ele, sobre Lula eu já citei acima. Portanto, apesar do grave momento de crise, a ausência do povo nas ruas pesa em favor de Bolsonaro, que vê sua popularidade despencar com a péssima condução política da crise e os crimes cometidos, mas pode contar com as ruas vazias e com as milícias digitais que ainda lhe rendem um IPD de 75,8% (Índice de Popularidade Digital).

Veja crimes de responsabilidade que Bolsonaro pode ter cometido desde o início do mandato:
https://bit.ly/2KE3MN8

Trump, Bolsonaro e a estratégia da estupidez

Na maratona Netflix de ontem assisti o documentário “Trump: Um sonho americano”. O documentário nos mostra a trajetória de Donald Trump desde o seu primeiro empreendimento até finalmente concorrer à presidência dos EUA, em quatro episódios de 1 hora. Tentarei não dar Spoiler, mas é importante dizer que a série começa com uma Nova York devastada, violenta e em crise, cenário ideal para alguém que sabia aproveitar esses momentos “em tempos de crise, eu consigo o que eu quiser”.


O que mais me surpreendeu na série foi que Trump não é um surgimento ao acaso na política norte americana, como foi propagado quando ele surgiu como candidato, ele foi uma construção dele mesmo, um projeto megalomaníaco de poder que para ser conquistado só havia um meio, “para se ter um vencedor tem que ter um derrotado”. A série mostra que ao longo de sua trajetória Trump deixou inúmeras vítimas, empresários, políticos, trabalhadores e todo o povo de Nova York.

Trump sabia o que queria, mas não sabia como conseguir, até que em 1999 Jessé Ventura, um ator (‘O Predador’ e ‘O Sobrevivente’ ambos de 1987) e apresentador de televisão, mais conhecido por ser wrestler no WWF, conquistou vitória nas urnas e foi eleito governador do estado de Minessota. Ventura conquistou o eleitorado criando polêmicas com a imprensa, falando baboseiras, criando confusões e proferindo um discurso antissistema ou, seguindo a moda vocabular para parecer intelectual, anti-establishment.
Trump bebeu dessa fonte e conseguiu o seu maior sonho, venceu as eleições em sua primeira disputa. Bolsonaro, que para os intelectuais brasileiros parecia um burro, na verdade foi inteligente, afinal de contas parecer ser ainda mais burro, grosseiro e sem empatia é o que lhe daria popularidade e votos. Trump, por exemplo, imitou em plena campanha eleitoral um repórter com necessidades especiais, além de ter abandonado várias entrevistas se queixando das perguntas que lhe eram feitas, tudo em nome de obter uma maior popularidade, principalmente com pessoas que eram como ele, estúpidas.
Infelizmente todos temos culpa da eleição do Bolsonaro, por não sabermos como agir diante de tantos absurdos e incoerências, demos palco ao palhaço, achando que estávamos ridicularizando-o, quando na verdade estávamos fortalecendo sua campanha rumo a presidência de nosso país dando palco para aquele que, para nós representava o medo e a ignorância, mas para 57 milhões de eleitores representava o hilário, que não tinha medo de enfrentar políticos, repórteres, instituições democráticas e vez por outra flertava com a ditadura militar. Precisamos aprender como derrotá-lo sem dar mais voz e protagonismo nas eleições de 2022.  (FOTO: ALAN SANTOS/PR)

sexta-feira, 24 de abril de 2020

A relação do brasileiro com a leitura

Já que a ideia é também comunicar-se com os não leitores, seria bom seguir o conselho de muitos usuários de grupos de Whatsaap quando alguém publica um texto grande: “quando virar filme me avisa que eu assisto”. Mas é preciso ser perseverante e acreditar que algum não leitor irá ler este texto. Mas o que seria um não leitor? Uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro considera “leitor” a pessoa que leu um livro, inteiro ou em partes, nos últimos três meses. Portanto, para este artigo, considera-se não leitor aquele que não se enquadra neste critério.

Ainda conforme a pesquisa, 43% dos brasileiros apresentou como razão pela ausência do hábito da leitura a falta de tempo. O Que é extremamente estranho, pois a empresa inglesa GlobalWebIndex, divulgou pesquisa que analisa o tempo diário médio que as pessoas em todo o mundo dedicam a aplicativos de mídia social e o Brasil está em segundo lugar, atrás apenas das Filipinas. Então, como assim 43% dos brasileiros não tem tempo para ler?

Para o historiador e escritor Leandro Karnal, “é preciso não ceder, ser forte e se organizar para empenhar mais energia naquilo que realmente é importante”. Uma frase atribuída ao famoso pregador britânico Charles Spurgeon diz: “Não deixe aquilo que é urgente tomar lugar daquilo que é importante em sua vida”. Segundo o estudo da agência We Are Social e a plataforma Hootsuite em 2017, 62% dos brasileiros utilizam as redes sociais, e 57% realizam o acesso através de seus celulares e um estudo da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), afirma que o uso de telefone celular já é o  terceiro maior responsável por mortes no trânsito no Brasil.

O que essas pesquisam revelam é que o brasileiro passa o dia lendo através do celular, não somente lendo, mas também escrevendo. O brasileiro tem gostado tanto de ler que quem manda muitos áudios em grupos de whatsapp incomoda os outros membros do grupo. Mas como transformar este gosto e hábito pela comunicação através da escrita e leitura em hábito de leitura de livros? Este é o grande desafio de todos que estão empenhados com o incentivo à leitura, como professores, escritores, pais e também editoras e jornais.

Um dos problemas da falta de leitura do povo brasileiro é o não aprofundamento do conhecimento em diversos temas, que faz com que se acredite em qualquer fake news (notícia falsa) divulgada através das redes sociais. Problema causado também pelo analfabetismo funcional, segundo dados do Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) 2018, 38 milhões de brasileiros são considerados analfabetos funcionais, ou seja, leem pequenas frases, mas não possuem habilidades para interpretar textos simples.