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terça-feira, 26 de maio de 2020

Bolsonaro Futebol Clube e sua trupe

"Gooooollll" gritaram os extremistas bolsonaristas na sexta-feira, às 17h30, apenas 30 minutos após divulgação do vídeo de 1h55min da reunião ministerial, às 18hs alguns já me cobravam posicionamento no pv do Whatsapp e até mesmo grupos em que participo. Tamanha euforia só tinha visto em finais de partida de futebol, quando um time está perdendo o jogo e para se livrar do rebaixamento precisa do gol de empate e ele sai aos 48 min do segundo tempo. Pois bem, foi justo isso que aconteceu com o MFC- Mito Futebol Clube e sua trupe.

Um amigo que votou em Bolsonaro, mas diante de tudo o que já foi exposto percebeu que este time é digno de rebaixamento, tirou a camisa do MFC e vestiu a do Povo, me disse ao ver a euforia: "velho, eles não mudam". Respondi: Ainda não vi o vídeo, ouvi pequenos trechos enquanto dirigia do trabalho para casa, não dá pra comentar nada abertamente sem antes assistir o vídeo completo. Deixei os histéricos que nem viram o vídeo todo pulando e comemorando o não rebaixamento com gritos de "é campeão". 

Existe uma diferença entre nós, pessoas comuns que comentam política em redes sociais e jornalistas que fazem comentários políticos; eles recebem para isso, nós temos nosso mundo. Não posso parar tudo que tenho que fazer para assistir 1h55m de vídeo para satisfazer militontos. Agora que já vi todo o vídeo e estou no meu momento de redes sociais posso comentar, tanto o vídeo quanto a histeria desesperada de quem também acreditava na queda e foi salvo por um gol contestável.

Lembram do Lula pedindo documento assinado por ele para provar seus atos de corrupção? Lembram do slide do power point do Deltan Dallagnol dizendo-se convicto de que o ex-presidente era o chefe? Pois bem, o que estamos vendo agora são os militantes bolsonaristas diante de um grande slide que nos dá convicção de que Bolsonaro promoveu exonerações na PF para impedir o andamento das investigações contra sua família, ou até mesmo saber cada passo da investigação. Porém o que importa para o torcedor do MPF é que através do vídeo, isolado de outros fatos, não se pode provar o que todos temos convicção pelos fatos anteriores e posteriores ao vídeo, sendo este, mais um elemento de sustentação. 

Além disso, o que vimos no vídeo foi um técnico desesperado e um monte de péssimos jogadores, o camisa 10 abandou o time no dia seguinte a gravação do vídeo, tudo indica que recebeu proposta do seu time anterior, o Tucanos Futebol Clube; tem jogador querendo vender estatal com pressa (sou contra a pressa), outro querendo acabar com a Amazonia, outro querendo derrubar o STF, porém o pior de todos é o técnico, querendo armar o povo para matar pessoas que não concordam com sua política. Sim, isso mesmo, ele não estava falando em armar o cidadão de bem para defender sua residência e sim armar a população para matar quem pensa diferente. Há quem diga que é apenas para matar comunistas, mas quem é comunista para Bolsonaro e sua torcida? Eu, você, seu pai, sua mãe e todos aqueles que não concordam com este governo, até o Moro já é comunista.

quinta-feira, 21 de maio de 2020

NÃO CONFUNDA CIDADANIA COM ISENÇÃO!



Não existe isenção, ninguém é isento ao fazer comentários políticos. Mas ultimamente tentam atribuir àqueles que não apoiam Bolsonaro, mas também não apoiam Lula uma isenção inesistente para poder criticar aquele que produziu o comentário. Como se aquela pessoa se escondesse atrás desta suposta isenção para criticar alguém sem ser criticado ou para esconder sua verdadeira posição que seria, segundo eles, a dos próprios Lula ou Bolsonaro.

O que existe de fato é cidadãos conscientes de sua cidadania e que não abrem mão de exercê-la em nome de A ou de B. Durante os anos do governo do PT, nós vimos muitos erros comentidos pela lideraqnça do partido, entre eles corrupção e acobertamento de corruptos. Em todos esses erros, a maioria dos simpatizantes abriram mão de exercer sua cidadania. Amenizaram uma frase ou atitude, negaram crimes cometidos, chegaram a dizer que o Mensalão não existiu e quando não tinha como negar diziam, FHC também fez ou não começou com o PT.
Agora estamos vendo os bolsonaristas com essas mesmas atitudes em relação ao governo Bolsonaro, que usa a máquina pública para proteger a família de investigações de corrupção e até mesmo se esquivar da investigação da morte da vereadora Marielle e do seu motorista Anderson. Amenizam até mesmo o fato do desgoverno Bolsonaro diante de uma Pandemia e a atual demissão de dois ministros da saúde e o fato de não termos nenhum ministro da saúde no momento.
O brasileiro não deveria abrir mão de sua cidadania após o voto, o primeiro a cobrar, a questionar, a fiscalizar um político deveria ser o seu próprio eleitor. Mas o que acontece é o inverso, o eleitor tem assinado um cheque em branco para aquele que recebeu seu voto, pois ele se sente governo junto com o político, então quando vê alguém criticar o ato do político ele corre para defender como se a crítica tivesse sido feita à ele mesmo. Normalmente essa defesa vem junto com um ataque ao político que recebeu o voto do criticante e quando este não idolatra um político, usa-se o termo isentão e faz-se uma cobraça para que assuma um lado para ser criticado.
Ninguém tem que assumir o lado de Bolsonaro ou de Lula, nem mesmo os eleitores dos mesmos, estes eleitores deveriam se colocar no lugar de povo e cobrar destes entes políticos posturas coerentes, carater, probidade e transparência, deveriam deixar de se sentirem ofendidos com as críticas realizadas pelo povo a governos e entes políticos, o povo tem que fiscalizar o seu executivo e legislativo, não se pode dizer amém para tudo e muito menos se calar diante arbitrariedades. Você votou, ótimo, agora exerça sua cidania de forma plena, você é povo porra e o seu lado é cobrar de todos que exercem função no legislativo e no executivo, mesmo daqueles que você votou.
Nas eleições é que se faz campanha para o que se julga o menos pior, passada as eleições tem que ser nós, o povo, fiscalizando eles, os políticos, esta é a nossa posição, este tem que ser o nosso lado, isso não é isenção, isso se chama cidadania.