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sábado, 27 de fevereiro de 2021

Papel e Caneta

 



É tudo que eu preciso para criar uma história e viajar o mundo. Papel e caneta me dá uma paz e uma alegria que só os poetas conseguem entender, se você me entende então você é um poeta, poetisa ou uma poeta como prefere algumas mulheres.

Você lembra a última vez que pegou papel e caneta para criar uma história? Aceita um desafio? Que tal escrever um miniconto aqui nos comentários? É simples, é só começar, quer ver?

Irritado após um dia tenso no trabalho, Rafael entrou no carro pensando em ir pra casa, porém na primeira sinaleira ele a viu. Aquele sorriso, aquele olhar ele nunca esqueceu, ela era a sua menina veneno dos anos 80. Rafael mergulhou no passado, lembrou dos bons momentos que viveram e de repente as buzinas de carro e moto o trouxeram de volta ao presente, o sinal abriu, ele nem sequer viu em que loja ela entrou.

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terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

1808 Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil

Comendo Livros!

Para ler 60 livros neste ano, estou lendo apenas os livros que de fato tenho vontade de ler ou reler. Sem me importar com a quantidade de páginas, pois lendo um livro que estou muito afim, mesmo sendo volumoso, leio mais rápido que um livro menor que não estou muito afim. Nesta manhã, acordei, peguei 1808 e devorei, é minha segunda leitura dele.

Mas vamos ao livro, 1808 narra um período importante de nossa história, porém essa história nos é narrada como um livro de uma forma diferente. Laurentino Gomes é jornalista e por isso ao escrever não tem as obrigações que teria um historiador, então ele se comunica com o leitor no livro, ele faz o leitor se colocar no lugar dos portugueses que acordaram sem os governantes.

A forma como o livro foi escrito faz com que leitores que não gostam de história se apaixonem por aspectos de nossa história e passem a se interessar justamente pelos livros de história. Laurentino fez um excelente serviço ao narrar história de forma literária.

Quanto a mim, hoje a noite volto a ler hoje a noite, irei terminar 'Tatu: o pianista' que comecei ontem mas tive que parar pra jogar videogame com meu filho.

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sábado, 20 de fevereiro de 2021

História do Brasil - Boris Fausto

História do Brasil é um livro fácil e gostoso de ler. Com uma linguagem simples Boris Fausto conta a história do Brasil de forma agradável. Um livro ideal para quem está estudando para concursos e deseja numa tacada só compreender 500 anos de história. 

O livro inicia com a expansão marítima, as razões que levaram Portugal a se lançar ao mar, "descobrimento", sistema colonial, escravização dos índios, negros, resistência indígena, revoltas e muitos outros acontecimentos que, muitas vezes, um jovem que quer se aventurar em concursos públicos, não consegue compreender nas aulas corridas de cursinhos.

Agora falando aos meus colegas também formados em história, licenciatura ou bacharelado, não há grandes novidades e o livro acaba sendo um resumão. As mesmas coisas que tem em vários outros livros mas com menos análise. Porém isso se deve a proposta do autor de trazer compreensão de um período longo. Não é um erro, é uma estratégia que deu certo, o livro é ótimo para o objetivo que foi proposto. Vale a pena indicar para os alunos. 

Eu indico para todos que desejam conhecer um resumo de nossa história através de uma leitura cativante! 

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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

O Negro no Brasil - Um histórico de desvantagens e a luta por reparação

Neste e-book, trouxe à tona a discussão sobre quem tem direito as cotas nas universidades públicas e outros concursos públicos no Brasil, se apenas negros que apresentam o fenótipo ou se também autodeclarados.

Para responder a tal questão foi necessário um passeio pela história da população negra do país elencando o tratamento desigual por parte do Estado e também da sociedade, começando pelo Brasil Colônia abordando as concessões de terras feitas pela Coroa Portuguesa aos primeiros colonizadores também conhecidos como Capitães Donatários e posteriormente o tratamento vantajoso da República com os imigrantes europeus em comparação ao tratamento dispensado à população afrodescendente recém-saída, pelo menos de forma oficial (Lei Aurea), da escravidão.

Além do tratamento desigual no que tange a liberdade, ao trabalho e às concessões que foram feitas a população branca deste país, não poderia ficar de fora o sistema educacional brasileiro e a ausência de negros nas escolas oficiais que eram proibidas para os escravos, já que estes não eram considerados cidadãos brasileiros, portanto não tinha direito a educação. Para adquirir acesse https://amzn.to/2NcbpiX


sábado, 13 de fevereiro de 2021

Viva o 2 de julho, salve salve Bombeiros do Brasil, viva a Independência da Bahia.



O dia 2 de julho de 1823, é o dia ‘D’ da derrota das tropas portuguesas no Brasil, portugueses estes que na Bahia já não tinham força desde a Conjuração Baiana em 1798, porém a partir de 1821 ao saber notícias da Revolução do Porto acendeu no povo da Bahia uma chama forte pela independência do Brasil, enquanto que os portugueses queriam limitar as mudanças que vinham acontecendo apenas ao Estado português.

Para reafirmar a força de Portugal, o Brigadeiro Inácio Luís Madeira de Mello inspecionou as infantarias, dando início assim aos conflitos, pois eram formadas em sua maioria por brasileiros. Os primeiros lugares de batalha foram as ruas próximas ao Forte São Pedro e se alastraram pelas Mercês, Praça da Piedade, Campo da Pólvora. Mas os conflitos não ficaram apenas em Salvador, o movimento separatista ganhou forças nas Vilas de São Francisco e Cachoeira em apoio a D. Pedro I.

O recôncavo baiano teve papel fundamental nas lutas pela independência, foi lá que Maria Quitéria travestida de homem com mais cinco mulheres lutaram no exército dos “periquitos”. Outro local marcante na batalha pela independência é Pirajá, onde as tropas brasileiras estavam em menor número, numa batalha que já duravam 4 horas, então o comandante Barros Falcão ordenou o toque de “recuar” e o Corneteiro Luís Lopes deu o sinal de “cavalaria avançar” e, em seguida, “degolar”, fazendo as tropas lusitanas recuar. As tropas fieis a Portugal foram derrotadas no dia 2 de julho de 1823, graças a resistência do povo baiano que entendia a importância da independência.

Dois de Julho parece ter sido uma data predestinada a grandes acontecimentos, pois em 2 de julho de 1856, foi criado, no Rio de Janeiro o Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, tendo como primeiro comandante o Major João Batista de Moraes Antas. Portando, 2 de julho, além de ser o dia da Independência da Bahia e para os baianos, também do Brasil, é o Dia Nacional do Bombeiro, em homenagem aos homens e mulheres que se dedicam dia e noite a nobre missão de salvar vidas. A data comemorativa foi constituída por meio do Decreto Federal 35.309 de 1954, pelo então presidente Getúlio Vargas. Viva o 2 de julho, salve salve Bombeiros do Brasil, viva a Independência da Bahia.

Referencias:

http://revistaincendio.com.br/dia-nacional-do-bombeiro/ http://www.tribunadabahia.com.br/2013/07/01/conheca-historia-do-corneteiro-lopes http://brasilescola.uol.com.br/historiab/independencia-bahia.htm http://www.smartkids.com.br/data/2-julho-dia-do-bombeiro http://www.tribunadabahia.com.br/2014/07/02/conheca-historia-do-2-de-julho


sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Afinal de contas, o que é justiça?

   

                         

 Todo ser humano, seja qual for a sua cultura, tem uma idéia de justiça que ele vai adquirindo com as experiências vividas. Segundo Rosana Madjarof, essa idéia ou sentimento, é algo intrínseco à condição humana, pois o homem normal é dotado de discernimento do bem e do mal, do certo e do errado e do justo e do injusto.

     Na enciclopédia livre Wikipédia, o termo justiça é conceituado de maneira simples, “diz respeito à igualdade de todos os cidadãos”. Aristóteles se debruçou sobre o significado da justiça e conseguiu formular duas vertentes: “A primeira possui um caráter moral pessoal, uma espécie de Justiça interior, enquanto a segunda tem uma conotação reguladora, regendo as relações entre os cidadãos, seja de uma forma distributiva ou de uma forma corretiva.” ( Sollberg 2008)

     Desta forma, entendo que cada pessoa pode discernir se uma situação, medida ou ação foi ou não justa, independente do que os magistrados interpretaram e julgaram. O que dizer, por exemplo, do caso do goleiro Renê, quando atuava pelo Esporte Clube Bahia, foi suspenso do futebol por um ano, devido ao uso de uma substância chamada furosemida, a mesma que o nadador Cesar Cielo utilizou e foi suspenso da natação por apenas vinte dias? Foi justo? 

     Talvez tenha sido justo para os doutores da (CAS) Corte Arbitral do Esporte, mas para todos que acompanharam o caso do goleiro, isso foi uma injustiça e das mais sacanas. Será que Renê neste momento soube naquele momento o que é justiça? Vejamos suas palavras: “Eu estou arrasado com o que fizeram comigo! Só porque não sou medalhista? Não dou retorno? Não torci contra, só torci pela igualdade! Tenho 33 anos e 3 filhos, que vale muito mais que uma medalha olímpica, nem sei o que dizer". 

     Alguém soube o que dizer para ele? Um cidadão que tatuou em seu corpo o amor a pátria através de uma frase do Hino Nacional: "verás que um filho teu não foge a luta". É por essas e outras que eu não acredito na justiça deste país, acredito sim, no amor, na amizade, no bom senso, enfim, no discernimento do bem e do mal de cada cidadão e se este falhar comigo, ainda há a justiça divina para me proteger.


Referências:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Justi%C3%A7a

http://www.mundodosfilosofos.com.br/rosana5.htm

http://www.webartigos.com/articles/9125/1/A-Concepcao-Aristotelica-De-Justica/pagina1.html

http://www.radiometropole.com.br/noticias/index_noticias.php?id=VG1wWmVFNVVaejA9

http://ibahia.com/detalhe/noticia/goleiro-rene-desabafa-apos-resultado-do-julgamento-de-cielo/

http://www.bahianoticias.com.br/noticias/noticia/2010/10/19/76447,goleiro-rene-pega-gancho-pesado.html
Leandro de Assis

domingo, 7 de fevereiro de 2021

Nietzsche para estressados

 As preocupações bombardeiam nossas mentes nos deixando ansiosos com tanta coisa que não nos damos conta. Quando tomamos ciência percebemos que no caminho de nossas vidas nós abandonamos sonhos.

Segundo o livro, um dos aforismos de Nietzsche é que nada é tão nosso quanto nossos sonhos e quando os abandonamos deixamos de lado a capacidade de realizar nossos desejos mais íntimos e o pior passamos a nos importar com imposições dos outros quanto ao caminho que seguimos.

Cada pessoa tem seu próprio caminho, muitas vezes decidimos caminhar com os outros, mas sabe quando decidimos que é hora de mudar de caminho? É nessas horas que somos cancelados (deixa eu usar um termo modinha) por todos aqueles que estavam ao nosso lado dizendo-se amigos.

Eu já vivi e ainda vivo isso, mudei de rota, decidi trilhar o meu próprio caminho em busca da felicidade plena, fui e ainda sou criticado por pessoas que diziam me amar mas hoje me criticam sem nunca ter me ouvido, me julgam sem conhecer minha versão, acham que sabem a verdade, de fato elas sabem, a verdade delas, porém desconhecem a minha verdade e vão continuar assim.

A minha verdade é minha e compartilhá-la com quem tem preconceitos e certezas absolutas só me trará obstáculos para realizar meus sonhos. Este livro também fala sobre isso, nem todos devem conhecer nossos sonhos, pois alguns ao conhecer só nos trarão problemas. Passamos metade de nossas vidas resolvendo problemas, mas segundo o livro, alguns problemas não merecem nossa dedicação, seria desperdiçar o que temos de mais precioso, nosso tempo.

Este tempo, que deixamos de desperdiçar com problemas que tem mais a ver com a verdade e o caminho alheio, deve ser usado juntamente com sua energia para a realização dos seus sonhos, aqueles que se perderam pelo caminho que você seguia, portanto restaure seus sonhos, tenha-os como meta de vida, não se importe com a verdade alheia e vença, seja feliz com sua verdade e seu caminho.

Agora me diga você, vale a pena ler este livro?

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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Mais Esperto que o Diabo - Napoleon Hill



De início o título me causou estranheza, nós somos educados a temer o diabo, a não ouvir a voz do diabo e sempre dar ouvidos a voz de Deus, a orar ao Deus Pai, Filho e Espirito Santo. Mas diante de tantas indicações resolvi ler este livro com o seguinte pensamento: Se for algo falando sobre maldade, criticando a Deus ou coisa do tipo eu paro de ler.

Não sei se isso parece piada ou engraçado para você, mas existem coisas que aprendemos e não estamos preparados ou entendemos que é melhor não alterar, o respeito a Deus é uma dessas coisas, mesmo que por vezes eu não tenha tanta fé, prefiro não alterar o respeito a Deus. Mas e o livro, o que fala finalmente? 

Após ler o livro, fiquei impressionado com as ideias centrais, não é um ataque a Deus e sim uma reflexão sobre os ensinamentos limitantes que recebemos durante toda nossa vida. Ensinamentos estes, que prendem o ser humano numa vida de mediocridade, fracassos, tristezas, sensação de impotência e falta de perspectivas. Este livro não tem nada a ver com o diabo ou Deus, tem a ver com educação que recebemos ou a falta dela. 

Não é um livro que vai abalar suas crenças ou sua fé e sim um livro que te fará refletir e repensar o que você quer fazer com sua vida, onde você quer chegar, como você alcançará seus objetivos e o que você deve deixar para trás para prosperar. Se eu te indico este livro? Eu acho que você já deveria ter lido! 

 

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2021

A ESCOLA E O ENSINO DE HISTÓRIA

NADAI, Elza. O ensino de História no Brasil: trajetória e perspectiva. Revista Brasileira de História, nº 25/6. São Paulo, ANPUH, 1993, p. 143-162.


Elza Nadai é Mestre e doutora em história social pela USP, foi professora de prática de ensino de história da USP. É também orientadora de várias resenhas de alunos que estão publicadas na internet. Ela inicia seu texto com uma citação ao Murilo Mendes (1935), na qual ele absorve os alunos por se valerem da cola nos exames de história, devido à história que lhes é ensinada, causando-lhes ódio.

Realmente, ao se perguntar para um estudante do Ensino Médio o que ele sente pela disciplina História, apesar de alguns já serem simpatizantes, muitos responderão que não gostam ou que não acham interessante e não sabem para que ficar estudando Grécia e Roma, se nem ao menos sabem o que isso acrescenta em suas vidas.

Nadai para analisar esse contexto, percorreu a história do ensino de história no Brasil, partindo de sua adoção, influências, metodologias e intervenção pelo regime militar.

No século XIX, o IHGH (Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro) dominou as pesquisas e ideologia para o ensino de história no Brasil. A ideologia do IHGB era a de criar uma identidade nacional, ou seja, era necessário que a população do território tivesse noção do que é ser brasileiro. Para isso, eles adotaram o modelo tradicional de história desenvolvido por Leopold Von Ranke. Este modelo ficou conhecido como rankeano ou tradicional de se fazer e ensinar história, tendo como suas características principais a exaltação do indivíduo, sempre da elite, e também a criação de heróis para que houvesse uma identificação popular.  Além da influência de Ranke, o ensino e produção histórica do Brasil também foram influenciados pelo conceito francês de civilização e pelo evolucionismo, colocando assim as nações européias como modelo a serem seguidos, por isso os privilégios para Grécia e Roma, que seriam de onde se iniciou a civilização européia.

Segundo a autora, a introdução do ensino de história não se deu de forma pacífica, tendo como destaque pela oposição o senador Paulo Egídio de Oliveira Camargo. Este não considerava a história uma ciência, devido a sua concepção de ciência ser somente as exatas e mesmo com esta e outras oposições, a história passou a integrar o currículo após a elaboração do artigo quinto do Primeiro Regulamento dos Ginásios do Estado (decreto 293 de 22/05/1985) sendo este ensino focalizado nos fatos políticos, com ligeiras incursões sobre a religião e a arte de alguns povos no ensino da Antiguidade e sendo estudados ainda os períodos conhecidos como: Idade Média, Moderna e Contemporânea.

As produções e ensino de história desta época, final do século XIX, procurou divulgar uma harmonia inexistente dentro do país, que foi a boa relação entre os que vieram da Europa, África e os Índios, o propósito ideológico era o de uma nação resultante da mistura das três “raças” dando a idéia de equilíbrio social e inexistência de quaisquer conflitos. Com isso o ensino do país buscou mascarar as desigualdades, coisa que considero impossível, pois se ainda nos dias de hoje muitas pessoas sofrem com racismos e preconceitos, naquele período deveriam ser muito mais grave e a história que deveria combater esse tipo de coisa, fazia justamente o contrário.As produções históricas, durante muito tempo foram escritas desse modo, mascarando as desigualdades e o professor que deseja estar atento à isso e dar uma boa aula de história, precisa estar antenado “antenado” as novas tendências de ensino, através de uma aproximação com a academia.

No discurso da mídia e de alguns partidos políticos de esquerda, se ouve dizer que com a democracia o povo tem uma arma na mão que é o voto. Mas o que se deve levar em conta é que esta é uma arma que o povo não sabe usar, devido ao tempo em que o ensino positivista e elitista dominou a educação brasileira. Pode-se comparar a povo à uma criança que encontra a arma do pai em casa e resolve usar, achando que o sabe fazer por ter visto em filmes ou novelas e termina atirando no próprio pé ao invés do alvo que mirou para acertar. O povo não foi ensinado a votar, assim como a criança à atirar, não sabe quais as funções de um vereador, deputado ou até mesmo do presidente, sendo assim a democracia, ainda não esta sendo exercida de forma igualitária, pois uns votam com consciência, a elite e a massa não sabe o que faz.

Segundo Nadai, tentou uma mudança, esta procurou outras possibilidades de ensino, após a introdução do pragmatismo de Jonh Dewey, que influenciou muitos pensadores da primeira metade do século XX. Vejamos um relato do professor Paschoal Lemme, que ensinava neste período comentando como funcionava a educação brasileira antes da influência de Dewey:

“As poucas escolas públicas existentes nas cidades eram freqüentadas pelos filhos das famílias de classe média. Os ricos preceptores, geralmente estrangeiros, que ministravam aos seus filhos o ensino em casa ou os mandavam a alguns poucos colégios particulares, leigos ou religiosos, funcionando nas capitais, em regime de internato. Muitos desses colégios adquiriram grande notoriedade”.

“Em todo o vasto interior do país havia algumas precárias escolas rurais, em cuja maioria trabalhavam professores sem qualquer formação profissional, que atendiam as populações dispersas em inúmeras áreas: eram as substitutas das antigas aulas, instituídas pelas reformas pombalinas, após a expulsão dos jesuítas, em 1763”. [...]
                                                                                                            (Ghiraldelli 2003)

 Após a influência de Dewey, que inclusive foi professor do baiano Anísio Teixeira, os pioneiros da então chamada escola nova fizeram um manifesto, que foi redigido por Fernando de Azevedo, que é outro grande nome da educação brasileira. Segundo esse manifesto, “a “escola nova’ teria por base a atividade espontânea, alegre e fecunda, dirigida a satisfação das necessidades do próprio indivíduo”. (Ghiraldelli 2003)

Com isso, não só outras disciplinas mas também a história foi beneficiada, pois sua pratica pedagógica e ensino também foram discutidos e reavaliados, pois para a nova tendência este ensino não poderia continuar da forma em que se encontrava. Segundo Nadai, defendeu-se a necessidade de os alunos “adquirirem os hábitos  de investigação, de análise, de juízo, de generalização, de raciocínio lógico, de crítica, em todos os quaes a memória irá entrar com o valor positivo de instrumento utilíssimo, indispensável, mas um só e mero instrumento na função conjuncta e complexa de todo trabalho mental” (Nadai 1993)

No ano de 1934, foram instalados os primeiros cursos universitários de formação do professor, segundo a autora, as principais contribuições foram de cientistas franceses. Naquele momento o Brasil teve uma chance de se tornar um país mais igualitário, apesar do positivismo do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo.

Nos anos sessenta, foram testados currículos, métodos de ensino, conteúdos e práticas pedagógicas; inovações direcionadas para a interdisciplinaridade e pela aceitação do aluno como co-responsável pelo seu processo educativo. É uma pena que após a implantação da Ditadura Militar em 1964, isso foi interrompido, pois neste momento não era interessante para as forças dominantes se formar uma nação pensante e crítica.

“O ensino superior, no Brasil pré-1964, já significava cada vez mais, a chance de alguns setores ascenderem socialmente e de outros, a de não descerem tão rápido.” (Ghiraldelli 2003)

O governo ditatorial foi um atraso a democracia do país, pois a partir desse momento as elites queria tornar o ensino superior restrito à elas. Vejamos o que disse o ministro Roberto Campos, referente ao assunto:

“O Ensino Médio deveria atender a população em sua maioria, enquanto o Ensino Universitário fatalmente deveria continuar reservado às elites”. (Chiraldelli 2003)
   
Surpreendentemente, nessa época segundo a Nadai, a produção história do país foi se renovando com o emprego da dialética marxista como método de abordagem e também os temas de pesquisas tornaram-se mais abrangentes e direcionados para o social, os operários ao homossexual, o negro, a mulher, os camponeses, etc. (Nadai 1993)

Os responsáveis por esse novo olhar para a sociedade foram os historiadores da terceira geração da Escola dos Annales, eles interessaram-se por temas pertencentes ao domínio da cultura e o questionamento do primado até então conferido, ao estudo das conjunturas econômicas ou demográficas. (BURKE 1991)

Muitos textos falam da oposição entre a escrita marxista e a da Escola do Annales, porém Georges Duby diz que “parece-lhe incontestável que tudo o que se fez de sério na escola histórica francesa parte de esquemas de análise que derivam muito directamente das teorias marxistas. (DUBY)

Com essas influências sobre o ensino e produção histórica do pais, regime militar passou a intervir no ensino de tal forma, que até Karl Marx que já estava morto há tempos, eles procuraram para prender, pois sua literatura os estavam incomodando. (WILIANS, Jean. Mini-Curso: Ditatura Militar e Globo e Você 2004)

Eles propugnavam a formação de cidadãos dóceis, obedientes e ordeiros, além do esvaziamento do lado crítico e contestador.(Nadai 1993)

Com o fim da Ditadura Militar, ainda segundo Nadai, ocorreu a emergência de novas propostas curriculares. Desde 1985 até os dias de hoje tivemos cinco presidentes no Brasil, estando o quinto em plena regência, porém por incrível que pareça, apesar de maior liberdade e respeito pelos setores sociais, a concentração de riquezas no país aumentou de forma assustadora e o ensino continua excludente. As classes baixas não tem as mesmas condições de colocarem seus filhos em boas escolas particulares, já que o ensino público a cada dia esta com o nível mais inferior, enquanto que os filhos da burguesia preenchem as vagas nas universidades públicas do país.

Se o sistema político do país pretende ser mais democrático é preciso investir na educação e no ensino e produção de história, de formar a criar um futuro melhor, com toda a população sabendo utilizar o poder do voto.

Referência Bibliográfica:

• GHIRALDELLI, Paulo. Filosofia e História da Educação Brasileira. São Paulo, Manole  2003.
• DUBY, Jorge. A História: Um divertimento, um meio de evasão, um meio de formação. In: Le Goff, J.(org). A Nova História. Lisboa, Edições 70, s.d.,p.41-44
• BURKE, Peter. A Revolução Francesa da Historiografia: A escola dos Annales,1929-1989.São Paulo: UNESP, 1991.